UNIVERSALISMO INTERROMPIDO: LIMITES DO ACESSO À JUSTIÇA EM TERRITÓRIOS DE FRONTEIRA NA AMAZÔNIA SETENTRIONAL

Autores

  • Marcelino Freitas da Silva
  • Paulo Eduardo SáFeio
  • Thiago dos Santos Andrade
  • Donizete Vaz Furlan

DOI:

https://doi.org/10.56238/revgeov16n5-268

Palavras-chave:

Acesso à Justiça, Direitos Humanos, Amazônia, Fronteira, Oiapoque, Justiça Itinerante

Resumo

O acesso à justiça, previsto no art. 5º, XXXV, da Constituição Federal de 1988, constitui um dos pilares estruturantes do Estado Democrático de Direito. Contudo, em regiões periféricas e de fronteira, como o município do Oiapoque (AP), tal direito enfrenta obstáculos que interrompem a promessa constitucional de universalidade. Este artigo apresenta uma revisão bibliográfica crítica sobre o acesso à justiça no Brasil, com ênfase na Justiça Itinerante, nos Juizados Especiais, na Defensoria Pública, no processo judicial eletrônico e em outras políticas públicas judiciárias. A partir do diálogo com autores como Santos, Avritzer, Fraser, Honneth, Habermas e Commaille, demonstra-se que a modernidade jurídica brasileira, ao se chocar com as desigualdades territoriais amazônicas, revela tensões entre universalismo normativo e realidades periféricas. A abordagem humanizada evidencia que a ausência histórica do Estado, as dificuldades estruturais e a fragilidade logística interrompem a universalidade do acesso à justiça na fronteira franco-brasileira. Tabelas analíticas auxiliam na síntese dos achados da revisão.

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Publicado

2025-12-11

Como Citar

da Silva, M. F., SáFeio, P. E., Andrade, T. dos S., & Furlan, D. V. (2025). UNIVERSALISMO INTERROMPIDO: LIMITES DO ACESSO À JUSTIÇA EM TERRITÓRIOS DE FRONTEIRA NA AMAZÔNIA SETENTRIONAL. Revista De Geopolítica, 16(5), e1128. https://doi.org/10.56238/revgeov16n5-268