REFLEXÕES SOBRE A SUBJETIVIDADE NA PRÁTICA DO ENGENHEIRO CIVIL
DOI:
https://doi.org/10.56238/revgeov16n5-260Palavras-chave:
Subjetividade, Desempenho Profissional, Representações, Práticas dos EngenheirosResumo
Desde a década de 1990 diversos estudos têm evidenciado a importância de se buscar compreender a influência da subjetividade no desempenho profissional. Neste artigo, apresenta-se o resultado de uma pesquisa exploratória, basicamente qualitativa, sobre a subjetividade no cotidiano da prática do engenheiro civil a partir das representações de três profissionais entrevistados. À luz da interpretação compreensiva buscou-se elementos para entender, essencialmente, como o engenheiro percebe emocionalmente sua jornada de trabalho e como lida com as emoções. Os entrevistados revelaram que a rotina dessa profissão se caracteriza pela frustração, ansiedade e forte desmotivação, o que inevitavelmente compromete seu desempenho e contribui para o adoecimento psíquico-emocional na profissão. Entende-se que é necessário um melhor tratamento sobre o tema desde a graduação e na qualificação continuada para tornar os profissionais mais preparados para lidar com a subjetividade em seu cotidiano, tendo em vista a autopercepção de incapacidade e de exaustão emocional relatada como constante em uma área em que a subjetividade não é sequer discutida e na qual o desempenho é vinculado somente aos aspectos racionais, insuficientes para a compreensão da natureza complexa do ser e de suas dimensões de atuação.
Downloads
Referências
ALVES, Z. M. M. B.; SILVA, M. H. G. F. D. da. Análise qualitativa de dados de entrevista: uma proposta. Paidéia (Ribeirão Preto), v. 2, p. 61‑69, jul. 1992. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-863X1992000200007.
ASHFORTH, B. E.; HUMPHREY, R. H. Emotion in the workplace: A reappraisal. Human Relations, v. 48, n. 2, p. 97-125, 1995. DOI: https://doi.org/10.1177/001872679504800201.
BRASIL, L. L. Michel Pêcheux e a teoria da análise de discurso: desdobramentos importantes para a compreensão de uma tipologia discursiva. Linguagem: estudos e pesquisas, v. 15, n. 1, p. 171-182, 2011. DOI: https://doi.org/10.5216/lep.v15i1.25149.
CASTELLS, Manuel. O poder da identidade. Volume II. Tradução Klauss Brandini Gerhardt. São Paulo: Paz e Terrra, 1999.
CSIKSZENTMIHALYI, M. Creativity: flow and the psychology of discovery and invention. New York: HarperCollins, 1996. 456 p.
DAVEL, E.; VERGARA, S. C. Gestão com Pessoas, Subjetividade e Objetividade nas Organizações. In: DAVEL, E.; VERGARA, S. C. (Org.). Gestão com Pessoas e Subjetividade. São Paulo: Atlas, 2001. p. 31-56.
DECI, E. L.; RYAN, R. M. The support of autonomy and the control of behavior. Journal of Personality and Social Psychology, v. 53, n. 6, p. 1024‑1037, 1987. DOI: https://doi.org/10.1037/0022-3514.53.6.1024.
GONDIM, S. M. G; SIQUEIRA, M. M. M. Emoções e afetos no trabalho. In: ZANELLI, J. C.; BORGES-ANDRADE, J. E.; BASTOS, A. V. B. Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. p. 285-315.
HAMANN, R.; BERTELS, S. The institutional work of exploitation: Employers’ work to create and perpetuate inequality. Journal of Management Studies, v. 55, n. 3, p. 394-423, 2017. DOI: https://doi.org/10.1111/joms.12325
HAN, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. Tradução de Enio Paulo Giachini. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.
HANASHIRO, D. M. M.; TEIXEIRA, M. L. M. Gestão do Fator Humano: uma visão baseada na era digital. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2021.
LIKERT, R. The human organization: its management and values. New York; London: McGraw-Hill, 1967.
LOCKE, E. A.; LATHAM, G. P. A Theory of Goal Setting and Task Performance. Englewood Cliffs, N.J.: Prentice Hall, 1990.
MATOS, D. A. S.; JARDILINO, J. R. L. Os conceitos de concepção, percepção, representação e crença no campo educacional: similaridades, diferenças e implicações para a pesquisa. Educação & Formação, Fortaleza, v. 1, n. 3, p. 20-31, 2016. DOI: http://dx.doi.org/10.25053/edufor.v1i3.1893.
MAYO, E. Social problems of an industrial civilization. Boston: Division of Research, Graduate School of Business Administration, Harvard University, 1945.
MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
MOSCOVICI, S. Representações sociais: investigações em psicologia social. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
OLIVEIRA, A. C. A história oral: uma metodologia de pesquisa qualitativa. Revista Prisma, v. 2, n. 1, p. 63-77, 25 dez. 2021.
ORLANDI, E. P. Análise de Discurso: princípios e procedimentos. 13. ed. Campinas, SP: Pontes, 2020.
ROETHLISBERGER, F. J.; DICKSON, W. J. Management and the worker: an account of a research program conducted by the Western Electric Company, Hawthorne Works, Chicago. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1939.
SCHMIDT, A. C. Riscos de Síndrome de Burnout em engenheiros civis: um estudo qualitativo. 2018. Artigo (Graduação) – Curso de Psicologia, Universidade do Vale do Taquari – Univates, Lajeado, 2018. Disponível em: http://hdl.handle.net/10737/2282. Acesso em: 25 out. 2025.
SEIDMAN, G. Social movement unionism: from description to exhortation. South African Review of Sociology, v. 42, n. 3, p. 94102, 2011. DOI: https://doi.org/10.1080/21528586.2011.621241.
SILVA, A. B. (Org.) Gestão de pessoas por competências nas instituições públicas federais. 2. ed. rev. e ampl. João Pessoa: Editora UFPB, 2021.